sexta-feira, 14 de março de 2008

You know shit! - alguém gritou apaixonado. Amava irremediavelmente, sem critério nem pesar. Já não a beijava, despejava-lhe excertos de poemas escritos em bilhetes de autocarro que escrevia quando estava atrasado. O tempo era uma maçada, um amigo... E eu não tolero que esperes pelo verde, não compreendo alguém que acha que a vida é um semáforo. I lived on the Moon! - gracejou bêbado! Deixa-me abraçar-te, hoje levo-te a casa. Se tiveres mar nessa casa abrimos uma praia nocturna e nadamos até que venham lágrimas em vez de palavras e beijos onde havia bocas. É um bom negócio, podemos fazer de cada dia um cliente, de cada hora uma dinastia. E acima de tudo apreciaremos a fidelidade, um cliente é um amigo, uma maçada. Tenho sono. - confessou. E eu ri-me muito baixinho. Se quiseres ligo-lhe e explico-lhe de forma clara e capaz que não queres mais dormir. Que já não queres mais ter sono. Somos atletas e em cada onda vendemos olhares fatais de corpo vivo mar adentro. E afinal era tão simples o segredo: não há canções boas, há canções menos más! Não é justo amar em francês. E ela adormeceu.